terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Até que a morte nos separe... Cap-07

Comecei a me despir para tomar o meu banho, queria fazer o possível para demorar o máximo que pudesse no banho, mas sei que seria pior, pois só o deixaria ainda mais irritado comigo.Entrei no Box e liguei o chuveiro, deixando água morna cair no meu corpo, estava com dor no corpo, e estava com algumas feridas no ombro, no ante braço e com o olhos arroxeado, cada jato de água que caia sobre a minha pele era uma dor diferente, mas nada doía mais do que a dor da minha covardia, eu tinha medo dele, morria de medo e eu não me imaginava enfrentando ele, sei que se fizesse isso seria pior.

-Está fazendo hora para ver se vou dormir vadia?<disse me surpreendendo no banheiro>

-Claro que não Tony, e que esta ardendo muito e...

-Olha a minha cara de preocupação!... Se você não sair daí em cinco minutos, eu volto e você será minha aqui mesmo!<deu as costas e saiu batendo a porta>

Me apressei um pouco mais no banho, mesmo estando com raiva, com medo, eu não poderia fugir dele, seria pior ainda pra mim. Terminei o meu banho, me enrolei na toalha e sai do banheiro, ele estava deitando na cama com os braços em baixo da cabeça, senti o meu corpo tremer por inteiro, sabia que ele iria me machucar de novo.

Ele me olhou e se levantou vindo em minha direção, engoli a saliva que desceu como um pedaço de cacto espetando a minha garganta, acho que o medo exalava pelos meus poros, ele era bruto até no sexo, eu acho que nunca fiz amor na minha vida, eu não sei o que e ser tratada com carinho, talvez nos primeiros meses de casamento que ele ainda era o Tony que me apaixonei, mas hoje, eu não sinto mais nada além de dor.

-Mas que porra é está sangrando, não se limpou direito?

-Eu me limpei, mas é que este foi mais fundo, acho que precisarei levar pontos...

-Se você falar de novo, vai precisar levar pontos na cara!... Vai colocar uma bandagem nesta merda!

Me pegou fortemente pelo braço me levando de volta ao banheiro, abriu a gaveta em baixo da pia e revirou as coisas ate achar uma maletinha de curativos. Ainda me segurando pelo braço retornamos para o quarto, ele me colocou sentada na cama e colou algo extremamente ardido, senti como se o meu corpo estivesse sendo espetado por varias agulhas.

Ele colocou uma bandagem, recolheu tudo e colocou no criado mudo ao lado da cama, me pegou pelo braço novamente me fazendo levantar ficando de frente para ele, colocou a mão na minha toalha e a retirou brutalmente deixando o meu corpo completamente exposto, os meus olhos arderam imediatamente, senti as lágrimas quererem cair, mas eu as segurei como sempre as segurava, isso para mim já não era mais prazeroso, não era bom, pois eu sempre saia machucada com dores, e as vezes não conseguia nem me sentar direito, pois ele exigia que eu fosse dele de todas as formas, e isso era humilhante para mim.

Agora parada olhando dentro dos seus olhos, a minha vontade era de descer até a cozinha pegar uma faca e acabar com este sofrimento, se não acabasse com ele, acabaria comigo mesma, mas infelizmente a coragem não era a minha companheira.

Senti a sua boca tocar os meus lábios ferozmente como sempre, com mordidas fortes a ponto de me tirar sangue as vezes, parece que me machucar o deixava bem, feliz, excitado, definitivamente ele não era normal. Ele retirou a sua blusa, a sua bermuda seguida de sua Box, eu apenas fechei os olhos e esperei ele fazer o que quisesse fazer.

Senti as suas mão me levarem até a cama praticamente me jogando contra a mesma, senti o seu corpo sobre o meu e em seguida como sempre me invadindo com brutalidade, ele tinha um ritmo forte que me proporcionava muita dor, todo o meu corpo ardia, e doía ainda mais. Ele bufava de cansaço de tão forte que fazia, eu queria gritar de dor, mas as minhas mãos tampavam a minha boca me impedindo de gritar, e apenas murmurar, que eu tenho certeza que ele achava que eram gemidos de prazer só pode.

Ele sempre me batia durante as relações sexuais, mas desta vez acho que o seu ódio era maior do que o normal, acho não, tenho certeza. Senti a sua mão em minha garganta, coloquei as minhas mão em seu pulso, senti do que ele poderia fazer comigo, as suas investidas só aumentavam, ele parecia um animal em cima do meu corpo. Até então a sua mão se estava no meu pescoço, mas parece que conforme  o seu ápice se aproximava ele a apertava mais em volta do meu pescoço, senti a minha traquéia se fechar, o meu ar ficar escasso, eu tentava falar, mas a minha voz já não saia mais. Sentia os seus movimentos ficarem sem controle, e um ardor enorme tomar o meu corpo por inteiro, o meu ar não estavam chegando ao lugar certo, a minha cabeça começou a doer, e tentei puxar o ar de alguma forma, mas ele não vinha, ele não chegava nos meus pulmões, comecei a tossir a procurar de resquício de ar, mas nada acontecia, os meus olhos começaram a lacrimejar, e quando senti que iria desfalecer ele me soltou caindo ao meu lado completamente satisfeito, e eu quase morta.

Coloquei a mão na garganta puxando o ar com pressa e profundamente tentando fazer com que a minha respiração voltasse ao normal, me virei de lado na cama, encolhendo o meu corpo completamente dolorido ter espasmos de dor e desconforto, eu queria me levantar, mas não conseguia, parecia que todos os ossos do meu corpo estavam quebrados. Senti os seus pés se posicionarem nas minhas costas me empurrando, cai no chão sentindo o meu corpo bater brutamente e fazendo um alto barulho ao se chocar com o mesmo.

-Troque estes lençóis, eles estão ensangüentados!<disse parando ao meu lado>... Vou tomar banho e quando voltar quero tudo isso limpo!

Eu o encarei seriamente, mas ele já tinha se virado, acho que se ele tivesse tinha quebrado todos os meus dentes. Me levantei com muita dificuldade, a dor era enorme, e me deixava desnorteada. 

Coloquei a mão na cama e vi que estava tudo sujo, mas não era na altura do meu ombro, e sim dos meus quadris, coloquei a mão entre as pernas e constatei que desta vez ele tinha me machucado ainda mais.

Troquei todos os lençóis assim como ele havia me pedido, os peguei e desci para a lavanderia colocando apenas um roupão por cima do meu corpo. Quando estava voltando para o quarto, passei pela cozinha e vi algumas facas em cima da bancada, me aproximei delas e as encarei, confesso que já estava me sentindo maluca, eu queria fazer aquilo, a minha vontade era pegar uma delas e acertar no meio do seu peito sem pena e nem dor. Peguei uma das facas, passando o polegar em sua lamina conferindo o seu fio, se estava bem afiada, se eu fosse fazer isso, deveria ser de uma vez.

-Não, você não pode fazer isso!<disse a mim mesma colocando a faca no lugar>... Mas por que não, se ele pode fazer comigo, eu tenho que sofrer calada?<coloquei as mão na bancada>... Eu preciso colocar um ponto final nisso!<peguei a faca novamente>... Ele vai pagar por cada gota de sangue me fez perder hoje!

Coloquei a faca escondida dentro do meu roupão e segui para o quarto, entrei vagarosamente e ele já estava esparramado na cama, me aproximei da mesma e senti o meu corpo se arrepiar, ao mesmo que eu queria fazer, eu sentia medo, e se eu acabasse errando ou não fizesse certo, e ele acabasse revidando e me matando, ele era mais alto, mais forte, mais ruim e mais violento do que eu, se eu não fizer direito ele me mata. Segui para o banheiro e fechei a porta, coloquei a faca na pia, retirei o roupão que já estava todo sujo de sangue, entrei no Box e constatei de o sangramento já tinha cessado, se tivesse continuado, sem dúvidas teria que ir ao hospital. Tomei um banho, deixei a cortina do Box aberta, e a todo momento eu olhava para a faca, e parecia que estava traçando uma dura batalha entre o bem e o mau dentro de mim.

Terminei de me vestir, peguei a faca da bancada, e antes de sair me olhei no espelho, vi cara arranhão, machucado e cada área roxa no meu rosto, pensei no dia do meu casamento que jurei amor eterno a ele prometendo amá-lo, e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de minha vida, ate a morte nos separe. MORTE esta palavra gritou dentro de mim, como eu queria matá-lo agora, como eu queria ter coragem... Coragem.

Sai do quarto com a faca na mão segui até a cama rapidamente, ficando de frente para ele, e neste momento eu não vi mais nada, apenas enfiei a faca com todas as minhas forças em seu corpo de olhos completamente arregalados, queria vê-lo sofrer sentir dor como eu senti durante todos estes anos. Eu só ouvia ele gemer e os pingos de sangue tocando o meu rosto, estava feliz? Sim, estava, estava me livrando deste mal que assola a minha vida. Continuei o esfaqueando até não sentir mais nenhum movimento seu, até não ver mais nenhum resquício de vida em seus olhos que permaneceram abertos. Dei a última facada enterrando ela no meio do seu peito, e fiquei ali o olhando sangrar sem um pingo de remorso no peito...

Abri os olhos rapidamente, estava deitada ao seu lado, que dormia tranquilamente, coloquei a mão em baixo do meu travesseiro, e a faca estava lá, pronta para ser usada, mas minha coragem ao contrario dela, ainda não estava pronta. Me virei brevemente olhando para ele, e pensei: “Como um homem tão lindo pode virar este mostro sem coração que é hoje”.


Me virei novamente e tentei pegar no sono em meio as minhas dores, acho que nunca tinha ido dormir tão dolorida como hoje.

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